Os que Sonham...

terça-feira, 15 de maio de 2012

Cinzas de um romance.



Nem todas as frases marcadas ou escritas neste livro são para você. 
Mentira! 
As que não são para você, são para mim, mas o motivo é você. 
Sempre você. 
Mas para quê você quer me ouvir confessar isto? 
Para que me arrancar o que está tão óbvio? 
Você quer me torturar, ou simplesmente quer satisfazer seu ego? 
Isto é destrutivo! 
E este livro que está ardendo nas chamas agora, era o meu preferido. 
A história que havia nele era tão parecida com a nossa... E as frases que eu rabisquei nos espaços em branco, as frases que eu marquei eram um complemento para o nosso romance. 
Grande besteira! 
Você não cabe num romance. Toda a sua frieza, a sua falta de amor não cabem num romance. 
E as chamas que queimam as páginas do livro, ardem em meu coração. E a minha consciência me diz: “Você pode destruir as evidências dos teus sentimentos, mas nunca poderá apagá-las do teu coração, isso não está ao teu alcance garota e cada tentativa de não lembrar, será como uma ferida aberta.” 

-Eu sei. Eu sei... - Repito a todo instante. 
E então vejo você num canto, olhando-me com aquela cara de quem não está entendo a minha atitude. Mas é claro! Você jamais vai entender. Você só tem olhos e coração para si mesmo. O seu egoísmo é doentio. 

Agora, o livro transformou-se em cinzas. O romance que havia nele, ao contrário do nosso, teve sim um final feliz: e tudo que eu havia escrito nele já não complementa a nossa história. 
Eu e você não temos mais nada a ver com ele. A propósito, temos sim... 

Temos a ver com as cinzas que restaram.
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(Nina Linhares)

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